O Jeito antigo de fazer o novo jornalismo


É interessante como outros profissionais da área respeitam e falam sobre o repórter Joel Silveira. Talvez por causa da sua personalidade dentro dos textos, quem sabe pelas suas histórias. Contudo, o homem que destilou veneno e ironizou durante toda a sua vida de jornalista, sem perdão, foi um dos poucos que receberam um pseudônimo tão condizente com as suas palavras.

“A víbora”! O apelido veio do então patrão Assis Chateaubriand após o retrato pintado na década de quarenta, das grã-finas da época. De maneira elegante, porém bastante irônica, Joel Silveira levou às gargalhadas Chatô e se elevou na profissão.

Não foi a toa que também recebeu o título que carrega há anos, de “o maior repórter” do país. Tem quem diga que Joel não aceita tal homenagem, mas sua trajetória demonstra a verdade.

Amante incondicional da rua, sempre deixou pesar o desafio e o amor pela profissão. Esteve em guerras e conflito; entrevistou celebridades e anônimos. E sempre tratou de maneira objetiva e profissional as reportagens que fazia.

Negou cargos importantes, que traziam consigo, além do poder, ainda interessantes quantias em dinheiro. Para Joel Silveira, o repórter quando não mais tinha a função de noticiar, regredia. O peso para ele era da profissão, nunca do dinheiro. Gostava de contar os fatos e principalmente de estar entre eles. Talvez seja esta a maior diferença entre o poético Joel Silveira e os profissionais de hoje.

Paradoxo dizer que é um dos últimos românticos jornalistas, já que não perde uma quando quer ser maléfico. Dá na lata mesmo! Mas a verdade mesmo é que o velho e gordo Joel Silveira entrou no século 21 com mais de 80 anos, com seu jeito bonachão, mas com o jornalismo jovem de sempre. Deve ser referencia sempre para quem trilha a profissão e para quem pretende fazer a diferença.

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