“O amor pelo time é um dos únicos amores que agente eterniza e nunca troca. Pelo senhor, meu pai me fez vascaíno e eu ao meu filho. Parabéns pelo clássico de ontem. Crippa – Laguna/SC”
Nem uma letra a mais ou a menos estava na mensagem que, despretensiosamente, enviei ao maior ídolo. Queria somente externar minha felicidade, pelo triunfo no clássico da noite passada. Uma simples gota, no mar de vascaínos distribuídos por todo o mundo, não esperava nunca poder ter a recíproca dele. Mas Dinamite o fez...
A voz que muitas vezes ouvi nas rádios e emissoras de televisão, hoje, contemplou meu celular. Roberto me disse que ficou feliz por receber a mensagem e mal sabe ele, que eu mais ainda pela sua ligação.
O presidente é político e sabe jogar neste campo. Vê além das quatro linhas e em simples gestos reforça o que já seria perpétuo. Mais uma vez foi assim e, sei lá, graças a alguém que gosta muito de mim lá em cima, nesta foi comigo.
Vou poder dizer ao meu filho, quando ele entender, que o melhor jogador de todos os tempos, do nosso time e quiçá do Brasil, neste dia, telefonou pra mim. Privilégio só dos amigos que o rodeiam, imagino que muitos gostariam de estar na minha pele.
Sei que o esporte está consternado, pela perda do jornalista Armando Nogueira. Considerado um dos grandes do meio, nunca mais irá escrever sobre isso. Porém, suas memórias insistirão em mantê-lo em terra e para o Rei da Colina, sua maior virtude era achar que sempre podia aprender mais. Gentileza de quem tratava a bola, da mesma forma que Armando fazia com as palavras.
No Brasil muitos fizeram história em alguns times e até há quem reclame pelo futebol mais atraente de outros mitos. Mas insisto em me perguntar, por que eles não continuaram juntos aos seus, após pendurarem as chuteiras¿
Mesmo os números denunciando que o nosso craque é, simplesmente, o maior de todos os brasileirões e cariocas, o respeito vai além dos mais de 700 gols feitos com o manto do Vasco da Gama, pois ele continua em casa.
Dinamite não tem divisão. Esteve presente nas glórias e está firme nas dificuldades. Roberto mantém o uniforme do sentimento incondicional. Ele não para. Acorda, vive, dorme Vasco e por isso nunca vai morrer. Pelo menos para meu pai, para mim e para meu filho, que somos para sempre vascaínos.